18 de jul. de 2013

Comprando a própria liberdade

Que o Brasil é o país das coisas superfaturadas, todo mundo sabe. Geralmente associado a obras, o superfaturamento é parte do capitalismo brasileiro. Tudo aqui é absurdamente caro - tudo custa mais do que deveria. Exceto, talvez (ênfase aqui), as coisas de baixa tecnologia, produtos agrícolas e etc. Mas, mesmo ganhando pouco, sendo pobre, brasileiro é brasileiro, não desiste nunca e faz um esforço, um aperto no orçamento e ainda assim compra as coisas. Comigo não é diferente. Meu salário, embora maior que de muita gente (incluindo da mesma empresa) é uma bosta para o quero/faço. O que, no entanto, não me impediu de me apertar as calças orçamentárias e comprar um carro.

Senhores e senhoras, digo-lhes, carro é uma aquisição cara, mas é quase como comprar sua liberdade urbana. Sua vida muda. Se antes você não fazia sucesso cas vadia no busão, com um carro cê dá carona pras vadia tudo. Você adquire aquela liberdade de horários que em cidade alguma é possível quando se depende de ônibus/metrô.

Dadas as minhas restrições de ordem financeira e a preferência pela manutenção baixa, comprei um popular novo. Um Ford Ka. Motor de 1 litro, claro, como todo popular que se preze, mas com mimos de carros mais abastados: alarme integrado, repetidor de seta no retrovisor, direção hidráulica e ar condicionado, por exemplo. Ótimo carro. Fica a desejar um pouco no acabamento cheio dos plásticos e o ruído de rolagem/motor em alta velocidade, mas pra algo de projeto não muito antigo (2008 - o contrário do oitentista Mille) e fazendo mais de 15 km/l na gasolina (quase 12 km/l no álcool) em trajeto misto, não tenho muito do que reclamar além do preço do combustível.

Fonte de despesas, diversão, liberdade e conforto
Preço do brinquedo de quatro rodas? Vinte e cinco mil e quinhentos. Comprei nos meses do ano passado em que IPI tava zerado - o que significa também que eu devia ter postado sobre a compra quase um ano atrás.

Sei que, como não tenho intenção de vendê-lo tão cedo, pretendo fazer algumas personalizações no bicho ainda, ao longo dos anos. Colocar um farol de neblina, aerofólio, rodas (aro 14 mesmo, nada de exageros) e, quiçá, revestir os bancos com couro e dar um acabamento mais bacaninha aos metais expostos no interior. O resto, se manterá.
Seja como for, o começo da personalização tá aí:

Se gaúchos e mineiros podem, um paulista também pode. #bairrismo

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Sei que tô corrompendo o significado de superfaturamento, mas mesmo com valor de mercado dito normal, as coisas neste país são muito mais caras do que deveriam.

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