18 de abr. de 2011

Evangelion 1.0: You Are (Not) Alone

Evangelion 1.0 You Are (Not) Alone - EVA-01
EVA-01
Depois de muito tempo, finalmente criei coragem e assisti o primeiro dos Rebuild of Evangelion: a impressão foi boa.
Não consegui identificar nada de muito diferente da série principal. O começo é praticamente idêntico. O que eu notei, no entanto, é que algumas cenas e acontecimentos foram adiantados em relação à história toda. Algo que estranhei foi mudarem a ordem dos Angels: Sachiel, o primeiro a aparecer, deixa de ser o terceiro (como era na série) para se tornar o quarto. Talvez no Evangelion 2.0 tenha alguma explicação pra isso.

Pra quem nunca assistiu e o quer fazer, acredito que o filme é uma pedida melhor que os animes, mas não recomendo porque até agora o terceiro dos quatro filmes não tem nem data de lançamento.
Pra quem já assistiu e gostou de Eva, recomendo; vale a pena ver de novo. É Evangelion sem cara de anime feito na década de 90 com baixo orçamento.

E bora assistir Evangelion 2.0: You Can (Not) Advance.

(Wow, fazia tempo que eu não falava de anime aqui, hein?)

9 de abr. de 2011

Left and Right

Um ser aleatório e, para todos os efeitos, forever alone na vida, está a navegar na internet e a baixar animes - hábito este que foi adquirido alguns anos antes, graças a influência de um amigo. Eis que este ser aleatório, doravante denominado Mr. Left, acha um link pra um blog qualquer. Ele gosta. Um hábito de leitura é, então, graças a conveniência de leitores de RSS, criado ali.

Algum tempo depois, um outro ser aleatório - no caso, uma ser aleatória - comenta em um post deste blog qualquer. Mr. Left, curioso como é, viu que a aleatória - doravante chamada de Miss Right - também tinha um blog. Left comenta no blog da Right e, como Left também tinha um blog, Right faz a recíproca ser verdadeira. Comentários depois, vendo a semelhança de vidas pós-falha em tentativas de ingresso em universidades públicas, Mr. Left envia um e-mail à Miss Right. Curiosamente, calhou de ela verificar aquele endereço de e-mail - que não era muito utilizado - no dia seguinte (09/04/2008). E assim Mr. Left e Miss Right, trocando e-mails, se tornaram amigos. Assim também souberam - além de outras coisas, ainda que fosse algo sem importância - , que Mr. Left morava no Sul e Miss Right ao Norte - separados por uma gorda e inconveniente distância de centenas de quilômetros.

Alguns meses e muitas linhas de chat e e-mails trocados e uma confusão depois...

Começo de ano. Miss Right viaja. Mr. Left, embora até então não tivesse exatamente dado muito valor àquela amizade - talvez pela distância, talvez pela sua característica falta de confiança nas pessoas - nota que sente falta de sua amiga. Algum tempo depois, as coisas começam a mudar; não só para Left, mas principalmente para Right. Miss Right começa a cursar uma faculdade, o que causa, precipitadamente, um certo tumulto-entre-dois, preocupados por verem seu tempo de conversa nos dias e madrugadas ser suprimido. O que Mr. Left não fazia ideia é que, nisto tudo, Miss Right começa a ter sentimentos que, dada a presença de uma velha gorda já mencionada, de acordo com o pensamento racional, não deveriam existir - mas existem. E, o pior - que não é "pior" - é que há uma outra coisa que Mr. Left faz menos ideia ainda: estes sentimentos são recíprocos.

Trezentos e sessenta e quatro dias depois do e-mail primordial, Miss Right, embalada por sentimentos, dá início ao primeiro contato entre ela e Mr. Left por um novo meio de comunicação entre eles: o telefone.

Semanas depois, nem certo feriado de dia do trabalhador, Mr. Left, que até então declarava gostar de uma outra pessoa - doravante denominada Terceira - , se vê com sentimentos confusos. Em um ponto, se vê... sendo corroído aos poucos... aos prantos... por ciúme. E ciúme não pela Terceira, mas sim pela Miss Right. Neste triste momento é que Mr. Left se dá conta: ele gosta da Miss Right. Pena que ele ainda não faz ideia de que ainda é algo recíproco, mesmo que Miss Right, neste dia, tivesse saído com Mr. M. Ainda neste dia, ou, melhor dizendo, noite, Mr. Left quase certo do que sente mas com medo, declara um primeiro de muitos: um "te amo".

Nos dias que se seguem, aquele sentimento plantado como uma semente em ambos, começou a brotar e crescer. Mr. Left e Miss Right descobrem muitas e muitas coisas em comum, principalmente algumas relacionadas a seus futuros e sonhos: são muito parecidos.

No caminho até o ilustre dia em que ambos se confessam, Mr. Left nota, cada dia mais, que a Terceira já não mais faz parte de sua vida e que, sua mente quando ociosa, gosta muito de pairar em nuvens de pensamentos sobre Miss Right. O que, nestes dias, nem Mr. Left nem Miss Right notam é que, sob esta fachada de amizade, existe um fogo cruzado um tanto intenso de indiretas. Lentos? Talvez. Tão felizes nestes dias a ponto de nem notar isto? É mais provável.

Começo da quarta semana de Maio. Madrugada de domingo para segunda-feira. Miss Right dorme. Mr. Left vai dormir... mas não sem antes deixar uma mensagem peculiarmente aberta a interpretações duvidosas: "te amo (talvez mais do que deva/queria/esperaria)". Miss Right acorda e, tendo passado pouquíssimo tempo desde que Mr. Left desligou seu computador, Right envia uma mensagem dizendo que sonhara com Left. Mr. Left, impulsionado por aquela mesma curiosidade que, sem saber, mudou sua vida pouco mais de um ano antes, voltou ao computador. O que Mr. Left não esperava é que Miss Right fosse pedir uma explicação.
"explica a frase que veio depois do te amo?"
"precisa de explicação?"
"uhum"
"why?"
"my heart wants"
"às vezes acho que fui e tô indo longe demais..."
"pq acha que está indo longe demais?"
"hm..." - Mr. Left para, respira e pensa que é agora ou nunca.
"hum..."
"talvez porque nesses últimos tempos eu tenha... erm... desenvolvido uma leve queda por você" - Mr. Left, no momento, em vez de uma leve queda, imagina um penhasco...

E o tanto que essa declaração fora inesperada para Miss Right, a resposta dela também o fora para Mr. Left:
"já que estamos nesse momento de super sinceridade parte 2, devo dizer que faço minhas as tuas palavras"

Assim, a madrugada que havia sido tida como encerrada antes, estava apenas a começar. Ironicamente, também é nesta madrugada em que eles descobrem o quão feia e gorda é a distância que os separa. Seu amor, embora tivesse crescido e se tornado forte, parecia fadado ao fracasso ante à maligna distância. Mesmo assim, ali começa um relacionamento, de forma não declarada, naturalmente. Mr. Left não pedira ela em namoro e Miss Right também nunca aceitara nenhum pedido de namoro de Left. Os títulos e as considerações de namorados vieram tão naturalmente quanto ondas a quebrar numa praia qualquer.

Muitos meses, pequenos desentendimentos, muitas felicidades, contato físico, uma grande briga, uma separação, lágrimas de tristeza e ciúme e uma volta depois...

Mr. Left se muda. Não para qualquer lugar, mas para o Norte. O mesmo Norte da Miss Right.

Assim, Miss Right e Mr. Left começam a, tal como desejavam, viver o sonho.

O que, embora tivessem consciência, mas não imaginavam ser vítimas, é que a distância, além de gorda e feia, é uma grande causadora de miopia. Após alguns meses convivendo, Mr. Left e Miss Right notam que a realidade é diferente daquilo que viam em seus sonhos. A realidade, é, de perto, cheia de imperfeições. Mr. Left e Miss Right se amam, e muito, mas não deixa de ser dolorosa tamanha constatação. Apesar de serem felizes e combinarem em todos os outros momentos, Left e Right percebem que, assim como seus nomes, embora um não exista sem o outro, eles são, infelizmente, à clareza da dura realidade de alguns momentos, opostos.