18 de mai. de 2011

Post óbvio, mas necessário

Muitos sabem das coisas que me aconteceram ano passado; algumas péssimas, outras poucas, boas. Foi um ano intenso. Os dois acontecimentos mais importantes são relacionados à razão de ser deste post e com a capital federal: minha vinda à Brasília no começo do ano e minha mudança de endereço. Ambos foram não só importantes pra mim, mas também para a criatura dona do Peripécias.
Com minha mudança de CEP, também veio outra: obviamente, o namoro que era à distância passou a ser um... sem distância. Sai a distância, entram os problemas que a "miopia" inerente à distância não deixava enxergar. Mas, com poucas crises, foram duzentos e vinte e dois dias de uma deliciosa vida de namorados de verdade (fora os outros 509 dias)... e assim chegamos a mais um dia. Uma quarta-feira, um dia como todos os outros - para todos os outros. Dezoito de maio. O primeiro deles juntos. Dois anos de namoro.

Dois anos desde aquela confissão amorosa e recíproca. Confissão tão simples e até estranha sob muitos pontos de vista, que representava algo que nem importava tanto assim as palavras usadas: o sentimento era maior do que as palavras poderiam significar. O mesmo sentimento que existia ali, permanece vivo, quente, onipresente e imortal ainda hoje, no fundo destes dois corações apaixonados.

Sem mais delongas, um parabéns a nós dois. Que esta feliz história de amor continue o sendo perpetuamente. Raysa, querida, obrigado por existir na minha vida e fazer do mundo um lugar mais feliz - mais feliz do que eu podia imaginar ser possível. Só não digo, neste momento, que eu te amo, porque, bem, ainda não inventaram expressão que exprima plenamente o sentimento maravilhoso que tenho por você.

14 de mai. de 2011

7 de mai. de 2011

Pôr-do-sol




É uma das melhores coisas da natureza. Tem em todo lugar, acontece todo dia (exceto quando chove), nunca é igual, muitas vezes é algo espetacular e, o melhor: é de graça.

6 de mai. de 2011

"De volta à rotina perdida" 2

Alô você, meu caro leitor! Este é mais um post do naipe do último: atrasado em meses. Relevem.

Como alguns devem saber, novamente, deixei de ser um desocupado. No primeiro post dessa não-série, relatei não gostar da ideia de programar. Dois anos depois, acredito que mudei de ideia (além de ter mudado de vida, basicamente): estou a cursar Licenciatura em Ciência da Computação na Universidade de Brasília.

A parte de licenciatura do curso é a parte chata e não-interessante pra 90% da turma: pois é, todo mundo fazendo licenciatura e só uma meia-dúzia realmente querendo ser professor. Os 90%, na realidade, são como eu: um bando de vagal que provavelmente escolheu o noturno porque era menos concorrido que o diurno (que é bacharelado). (No meu caso também teve o fator "assim eu posso trabalhar", embora eu continue vagabundeando durante o dia)
O fato de ser licenciatura também deixa o curso menos de "exatas": só tenho a temida matéria de Cálculo a partir do próximo semestre e não tenho que ir do 1 ao 3 como no bacharelado - paro em Cálculo 2, felizmente. E, se não me engano, não tenho que encarar Física. Em compensação tenho que aguentar blablablas de educação.
Ah, computação realmente é o que dizem. Nem licenciatura salva: de uma turma de uns 40 alunos, só uma mulher. ._.

Mudando um pouco, faculdade é um troço diferente mesmo. Ninguém liga se você chega atrasado, se você sai da sala do nada no meio da aula, se você vai até o C.A. matar aula....

Enfim, talvez eu fale mais sobre o assunto em outro post. Ou não.

3 de mai. de 2011

"Nesse país lugar melhor não há"

*mentira, tem sim. SP <3
Cá estou a morar (há quase 7 meses!) num apartamento de um bloco em uma certa superquadra da Asa Norte, na capital federal. Sozinho – ou, melhor dizendo, dividindo o apê. Quite some change pra quem, até tempo atrás, estava acostumado a ter as cuecas lavadas pela mãe.
Aliás, apartamento que é um pouco do reflexo do que é a população de Brasília: um colombiano (não, ele não vende dorgas), um sul-matogrossense, eu - o paulista - , e um brasiliense nato.

Mas, mudemos um pouco o assunto do post: falemos da cidade.

Brasília é uma cidade estranha, com um povo talvez meio estranho, com uma organização também estranha; o Distrito Federal é um lugar estranho.

A estranheza começa pela cidade em si: suas inúmeras siglas e endereços inspirados por Descartes. Eu morava numa rua, num bairro – hoje moro num bloco de uma quadra (SQN 314). Sigla (indicando o que cada coisa/setor é) tem pra dar e vender: SQN/SQS, SHS, SBS, SDN, SIG, SCN, SCS, CLN, SEPN, SMU... também não faltam brasilienses que não sabem o que significam algumas delas. Acredito que isto se enraizou tão fortemente na cultura local que Brasília também é conhecida por muitos pela sigla "BSB", que é o código IATA do aeroporto daqui (Juscelino Kubitschek).
a.k.a. SQN 314
Uma coisa que me impressionou aqui (e, creio eu, impressionaria mais gente) é a arborização da cidade – não sei exatamente como é a situação nas satélites, mas aqui tem árvores aos montes. Tamanha surpresa provavelmente se deve à imprensa que, ao mostrar apenas a região politicamente importante da cidade – a Esplanada dos Ministérios, com seus gramados e poucas árvores – causa a impressão de que só tem grama, espaço aberto e concreto na capital do país.
Calçada na SQN 315

Algo que realmente gosto aqui é a organização causada pelo planejamento da cidade. Tudo no seu devido lugar: comércio no lugar de comércio, residência no lugar de residência – embora exceções à regra existam. Uma coisa que acho bem pensada é a "rua" comercial que existe entre as quadras, a cada duas delas.

Fato estranho: o DF te dá um senso de distância meio distorcido: embora tudo pareça perto, tudo fica longe. Parece um "pulo" da rodoviária (que fica bem no meio da cidade) até o Congresso Nacional, mas tem 2 km de distância (e muitos blocos dos ministérios) até lá.

Brasília também tem lá seus problemas: transporte público e preços em geral são dois deles. Ônibus? Muitas vezes são velhos, desconfortáveis e lotados até não caber mais (oi, Planaltinas!). Metrô? Duas linhas que vão só pro sul - e nenhuma delas na Asa Norte, porque o metrô não presta nem pra atender a população inteira do Plano Piloto, só a Asa Sul.
Ônibus com assento quebrado - era um "Grande Circular"
Quanto a preços, muitas coisas como moradia e combustíveis são uma pequena faca enfiada em seu corpo: o metro quadrado chega a valer mais de 8 mil reais em alguns lugares. Combustível pelo menos a uns 20~30 centavos mais caro do que o que eu estava acostumado a ver.

Arquitetural e urbanisticamente, Brasília é, ao mesmo tempo, admirável e repudiável. As quadras seguem, todas, praticamente o mesmo esquema. A oeste do Eixão, as superquadras 100 e 300, todas com seus prédios de 6 andares, as 700 com seus comércios (na Asa Norte) e casas. A leste do Eixo Rodoviário, as 200 seguindo o esquema das 100 e 300 com prédios de 6 andares e as 400, com seus prédios menores, de 3 andares, no máximo. Regra geral (não seguida em algumas 400 da Asa Sul) para os prédios é o pilotis: prédios devem "flutuar" e dar passagem livre aos pedestres (embora nem sempre isto aconteça). Critico um pouco o limite dos edifícios em 6 andares. Dada a demanda imobiliária, poderiam ser maiores... mas divago. Embora tamanha organização seja até boa, há o lado ruim disso tudo: a urbanização da cidade é segregacionista. À exceção dos mendigos nas ruas, não existe pobre no Plano Piloto. E as cidades-satélites, onde, em geral, classes mais baixas moram, com algumas exceções, ficam longe. Isto acaba criando uma estrutura segregacionista, que por sua vez causa problemas de trânsito e planejamento urbano, já que muitos moradores de cidades-satélite têm seu emprego no Plano Piloto e necessitam de transporte.

No mais, Brasília é um ótimo lugar. Não garanto que diria o mesmo se morasse em outro local no Distrito Federal, mas, sob o ponto de vista de um paulista morador do Plano Piloto, não tenho muito do que reclamar da cidade projetada por Lúcio Costa.

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Este post era pra ter saído há séculos...